Apresentação

A Rede SABERES INDÍGENAS NA ESCOLA de MS de Instituições de Ensino Superior responsáveis por esta ação contemplará o trabalho com professores indígenas das etnias de dois Territórios Etnoeducacionais:

  • A etnia Terena, das respectivas Terras Indígenas Cachoeirinha (Município de Miranda), Dois Irmãos do Buriti (Município de Sidrolândia e Dois Irmãos do Buriti) e Taunay Ipegue (Município de Aquidauana). Todas estas aldeias e comunidades indígenas fazem parte do Território Etnoeducacional Povos do Pantanal, o qual possui formação específica (magistério e licenciatura) para seis etnias: Atikum, Guató, Kadiwéu, Kinikinau, Terena e Ofaié.

O povo Terena tem seu território localizado no oeste de Mato Grosso do Sul, coincidindo com parte do ecossistema do Pantanal, nos municípios de Miranda, Aquidauana, Anastácio, Sidrolândia, Dois Irmãos do Buriti, Nioaque e Rochedo. Segundo o Censo Demográfico de 2010, a população Terena é composta de aproximadamente 28 mil habitantes, distribuída por 13 Terras Indígenas, com mais de 40 aldeias. No TEE (Território Etnoeducacional) Povos do Pantanal são 26 escolas, das quais 15 municipais e 11 estaduais, que possuem 6.364 alunos matriculados na Educação Básica (Pré-escola: 479; Ensino Fundamental – anos iniciais e finais: 4.197; Ensino Médio: 938; EJA Ensino Fundamental e Médio: 820) e aproximadamente 250 professores. O povo Terena faz parte da família linguística Aruak, e por isso, apresenta várias características socioculturais resultantes dessa tradição, como a cerâmica e a prática da agricultura. Conforme a região de cada aldeia e a história de contato resulta realidades sociolinguísticas distintas. Algumas aldeias conservam a língua Terena como primeira língua, enquanto outras a utilizam como segunda. O que é comum, no entanto, é que atualmente, a partir de iniciativas de boa parte das comunidades, elas passaram a desenvolver ações que buscam a revitalização de sua língua. Atualmente a população indígena Terena está densamente distribuída em dez Terras indígenas, sendo uma extensão aproximada de 19 mil hectares de terras. Suas aldeias são cercadas por fazendas e espalhadas por seis municípios do Estado, além das aldeias localizadas em contexto urbano.

  • As etnias Kaiowá e Guarani têm seu território localizado no cone sul do estado de Mato Grosso do Sul, entre as bacias hidrográficas do Rio Paraná a leste e Paraguai a sudoeste, nos municípios de Dourados, Amambai, Caarapó, Juti, Antônio João, Coronel Sapucaia, Laguna Carapã, Ponta Porã, Rio Brilhante, Maracaju, Sete Quedas, Eldorado, Iguatemi, Japorã, Bela Vista, Paranhos. Segundo o Censo Demográfico de 2010, a população Kaiowá e Guarani é composta de aproximadamente 50 mil habitantes, distribuída por mais de 30 aldeias. Nesse território, existe ao redor de 31 escolas, que integram as redes municipal e estadual de Mato Grosso do Sul, e que atendem 13.978 alunos (Censo escolar 2012). Nessas escolas em áreas kaiowá e guarani, atuam um total aproximado de 580 professores.

O povo Kaiowá e Guarani faz parte da família linguística Tupi-Guarani e mais remotamente, do Tronco Tupi, e por isso, apresenta várias características socioculturais comuns, resultantes dessa tradição, como a própria língua e a prática de certos rituais. A maior parte das aldeias conserva a língua Guarani como primeira língua, enquanto outras a utilizam como segunda. O que é comum, no entanto, é que atualmente, a partir de iniciativas de boa parte das comunidades, elas passaram a desenvolver ações que buscam a revitalização de sua língua. Atualmente, a população indígena Kaiowá e Guarani, aproximadamente, está estimada em 50 mil pessoas, distribuídas em oito Reservas indígenas demarcadas pelo SPI, além de outras Terras Indígenas reconquistadas nos últimos 30 anos, sendo uma extensão de aproximadamente 40 mil hectares de terras. Suas aldeias são cercadas por fazendas e apresentam alto índice de tensão, tanto internamente nas aldeias, quanto em relação aos produtores rurais, na sua luta para retomarem seus antigos e tradicionais tekohas.