SEMINÁRIO INTERNACIONAL DE ETNOLOGIA GUARANI: DIÁLOGOS E CONTRIBUIÇÕES
SEMINÁRIO DE FORMAÇÃO DA AÇÃO SABERES INDÍGENAS NA ESCOLA
DATA: 6, 7 e 8 de outubro
LOCAL: Universidade Federal da Grande Dourados Faculdade Intercultural Indígena – FAIND, Dourados – MS.
APRESENTAÇÃO E JUSTIFICATIVA
O Seminário Internacional Etnologia Guarani: diálogos e contribuições emerge da necessidade de encontro e conversas entre pesquisadores indígenas e não indígenas em especial estudiosos e demais interessados sobre os povos falantes da língua guarani. O evento é uma parceria entre a área de ciências humanas da Licenciatura Intercultural Indígena Teko Arandu e o Programa de Pós-Graduação em Antropologia – PPGAnt/UFGD. Trata-se de evento conjunto entre a Faculdade Intercultural Indígena – FAIND e a Faculdade de Ciências Humanas – FCH, ambas da Universidade Federal da Grande Dourados – UFGD. O público alvo são os alunos do curso de Licenciatura Intercultural Indígena Teko Arandu, demais cursos da UFGD, de outras universidades e a sociedade em geral.
O cone sul do Mato Grosso do Sul atualmente é habitado por mais de 50 mil pessoas, Guarani e Kaiowá, distribuídos em dezenas de comunidades e variadas formas de assentamento. Conta com a presença de várias instituições de ensino superior, acessadas por centenas de indígenas na graduação e na pós-graduação. Assim, o estado tornou-se um expoente campo produtor de conhecimento e receptor de pesquisadores de distintas localidades e instituições que buscam produzir conhecimento nas diversas áreas sobre e com os indígenas falantes de guarani, denominados no Mato Grosso do Sul como Kaiowá e Guarani.
Ademais, a Universidade Federal da Grande Dourados comemora em 2016 dez anos da criação do primeiro curso específico para a população indígena Kaiowá e Guarani. Trata-se da Licenciatura Intercultural Indígena Teko Arandu, lotada na Faculdade Intercultural Indígena. Esta faculdade conta atualmente com mais de 200 acadêmicos cursistas e cerca de 120 professores kaiowá e guarani licenciados.
Em MS, há 15 anos atrás, não havia um único professor indígena com formação diferenciada. O VII Fórum de Educação Escolar Indígena, reunido na Aldeia Jaguapiru, Dourados – MS, contou com mais de 600 professores indígenas habilitados em cursos de formação de nível superior e médio. A estimativa do Fórum é que há, no estado, 800 profissionais indígenas de diversas etnias atuantes nas escolas indígenas. Este contexto confere relevância à reflexão sobre o papel dos professores indígenas em suas comunidades e os desafios da consolidação de uma educação diferenciada em sintonia com as necessidades das comunidades.
Temos assistido nas últimas décadas o recrudescimento das disputas territoriais com grande impacto sobre as populações indígenas do estado que vivem confinadas em reservas superpovoadas ou em áreas precárias à beira das rodovias, acampamentos e retomadas. Este cenário marca profundamente as especificidades do trabalho de campo em etnologia no Mato Grosso do Sul, pois é preciso considerar as experiências destas populações que afetam a sociedade do entorno e as universidades. A produção de conhecimento junto a comunidades indígenas em Mato Grosso do Sul é constantemente desafiada a contribuir no diálogo entre as iniciativas de intervenção do Estado e as demandas das comunidades.
Este momento de intercâmbio e troca de saberes proporcionará aos acadêmicos e pesquisadores das instituições de ensino e pesquisa e da sociedade em geral, um espaço de diálogos e de intercâmbios de experiências de trabalho de campo e abordagens metodológicas e teóricas.
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