Sem policiamento em aldeias, índios encontram até armadilha para roubo

Postado por: antonio.urquiza

Depois da saída da Força Nacional das aldeias Bororó e Jaguapiru, em Dourados, a 215 quilômetros de Campo Grande, lideranças indígenas encontraram até armadilhas utilizadas em roubos durante rondas. Foram achadas pelo menos 40 armas nos últimos meses.

A Força Nacional e o Ministério da Justiça foram procurados, mas não se pronunciaram até a publicação desta reportagem.

As armadilhas são pedaços de bambu com arame nas pontas. O equipamento é usado pelos bandidos para parar os motociclistas que andam à noite nas estradas da reserva. Além disso, lideranças encontram facões, foices e facas durantes as rondas que são feitas na aldeia Bororó.

Apesar das rondas, a violência aumentou com a saída dos policiais no início do mês de julho. Foram registrados 17 boletins de ocorrência, sendo um caso de homicídio. A Justiça Federal já determinou o retorno da Força Nacional nas reservas indígenas.

Sem o policiamento, as lideranças do conselho indígena procuraram o Ministério Público Federal (MPF) no fim de julho. Baseado na denúncia do MPF, a Justiça Federal determinou o retorno da Força Nacional às aldeias em 72 horas, para evitar a quebra do acordo realizado em 2011.

A multa em caso de descumprimento é de R$ 100 mil por dia. Mas até o momento, não há sinal de policiais pelas estradas da comunidade indígena.

Atualmente, a reserva de Dourados tem mais de 14 mil indígenas distribuídos em cerca de 3,5 mil hectares. Em Mato Grosso do Sul, dentro das reservas indígenas a taxa de assassinatos é três vezes maior que a média nacional. Nas aldeias Jaguapiru e Bororó não é diferente.

 

Fonte: http://g1.globo.com/mato-grosso-do-sul/noticia/2015/08/sem-policiamento-em-aldeias-indios-encontram-ate-armadilha-para-roubo.html